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29 de jan. de 2009

A dor dos outros



No café em frente está escrito na lousa que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

Ela diz que

"Eu só posso entender quem não tem mais saco pra me ouvir sofrer. Eu não me aguento mais sofrendo, então, imagino quem tá em volta. Tem dias que vc se pergunta, mas porra, de onde vem tanta dor? Faz um ano e meio, essa porra não era pra tar diminuindo? Choro todos os dias, lembro todos os dias, nas coisas pequenas e nas grandes. Meu peito dói, todos os dias. (...)"

Assim, de chofre, eu lembro de quando tomei remédios demais em 1980, de quando eu perdi o meu filho em 1994, da morte do Ciccio e do Luiz em 2000 e 2004, de quando me fizeram de inseto em 2001, da meningite da Juju em 2003, e desde sempre, da luta para matar o leão diário.

E o meu peito também dói, se não em todos, em muitos dias, por mais comparações que haja entre a minha vida e a dos desgraçados todos, e entre eu e eu mesma, melhor agora, mas ainda colada.

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