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10 de abr. de 2009

guéralaife ;

"Get a life" é algo que os norte americanos dizem, e que não tem uma tradução exata, mas é algo como "faça uma vida para você".
Quando as meninas fizeram um ano de idade, houve na minha casa um evento performático à guisa de festinha de aniversário que, além de vários bebês fofos, estava cheio de amigos, famílias de todos os lados. Mas o momento era meu - sucesso (ou fracasso) de filho é sempre momento de mãe. Para a minha mãe, desde que elas nasceram, eu sou "a mãe das gêmeas". Esse foi o meu maior feito. É esse o sentido da vida!
Agora que as meninas tem treze anos, fico imaginando se dei uma contribuição à altura da individualidade delas, ou se elas têm subsídios para seguirem cada vez mais sozinhas na construção de uma identidade. Vida própria não é só casa, marido, trabalho, filhos, apesar disso tudo às vezes ajudar a manter a sanidade, e às vezes muito pelo contrário. Claro que filhos são opção até na civilização judaico-cristã-arcaica-ocidental. Mas as feministas que me desculpem: filhos são insubstituíveis. Ser amada por um (ou vários) homens também, ou então um belo dia você acorda, e percebe que virou aquela sua tia chata, que fica chamando urubu de meu louro, põe roupinha em cachorro, tem a cama cheia de gatos ou pior: cai numa egotrip sem volta, aonde os outros devem apenas desempenhar um papel na sua "vida".
Vida é mais que respirar e fugir. VIDA, biologicamente falando, é capacidade de reprodução - quem não se reproduz, ou arranja um sentido para si próprio o que implica em escolhas às vezes duríssimas, ou simplesmente morre metafisicamente.

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